quarta-feira, 14 de março de 2012

Passeio Noturno Parte III

Eis alguns dos contos produzidos pelos alunos das 8ªs séries:

Passeio Noturno Parte III
Larissa


Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, quando abri a porta me assustei, minha mulher e meus filhos jogando paciência, nunca tinha visto isso!
Meu filho me chamou para jogar, eu logo respondi que não, fui tomar um banho e quando saí o jantar estava na mesa e minha mulher e meus filhos me esperando para jantar, no meio do jantar minha filha perguntou:
-    Hoje você não vai dar sua volta pai?
Eu logo respondi:
- Já estou indo. E como sempre perguntei se eles queriam ir junto, e eles falaram
que sim! Fiquei muito nervoso e ao mesmo tempo confuso, pois eles nunca queriam ir comigo e também sabia que com eles não podia fazer o que sempre faço!
Então todos entraram no carro, botaram os cintos e fomos sem saber para onde, resolvi ir num parque, meus filhos não gostaram e falaram que eles não eram mais crianças para brincar num parque e falaram que comigo não sairiam mais. Eu até que gostei do que eles falaram, pois assim não teria ninguém para me incomodar no que eu sempre fazia.     Entramos no carro novamente meus filhos ficaram chateados, pois queriam se divertir e minha mulher reclamando que queria ir para casa ver sua novela, achei melhor ficar quieto. Chegamos em casa, botei o carro na garagem, meus filhos bateram com a porta do carro e saíram de carro juntos, minha mulher foi para dentro de casa e eu como sempre fui dar minha volta sozinho.
Andei com meu carro muito tempo e não achava ninguém , entrei numa rua e achei um homem e uma mulher, eles pareciam ser amigos. Nunca tinha feito dois de uma vez só, então apaguei as luzes do carro e apertei no acelerador, senti algo ruim, mas mesmo assim continuei, quando estava próximo vi que eram meus filhos, tentei parar mais não consegui, saí do carro e vi que eles tinham morrido na hora, muito arrependido fui para delegacia e me entreguei por tudo o que fiz e até hoje estou pagando por isso. Mas o que mais dói é que quem matou meus filhos fui eu!

Passeio Noturno 3
Andressa G.

Eram quase nove horas da noite quando cheguei em casa com a mesma pasta cheia de papéis de sempre, minha mulher estava vendo televisão na sala, quando me viu chegar disse, “Você parece estar mal!” Olhei para ela e respondi, “Não muito, Só preciso de um banho!” Ela sorriu, e então eu subi para tomar banho, na verdade eu não estava mal, só estava estressado pelo que tinha acontecido hoje. Então tomei meu banho, desci, peguei a chave do carro, olhei para minha mulher e perguntei, “Vamos junto?” Ela me olhou, parecia que já sabia o que ia acontecer e disse que não, pois estava com sono. Olhei para ela e disse “Tudo bem”, e saí. Precisava me ‘descarregar’. Então saí, andei, andei e andei por aí, até que achei uma rua sem iluminação, com poucas casas, parecia o cenário de um filme de terror, era o lugar perfeito, então, entrei na rua e parei o carro em frente a um terreno vazio, liguei o rádio, peguei meu cigarro e comecei a fumar, na esperança de ali aparecer alguém, depois de algum tempo olhei para fora do carro, para ver se vinha alguém, estava vindo um homem na direção do meu carro, olhei para ele e pensei, “É esse mesmo”. Mas antes que eu pudesse ligar o carro, ele bateu no vidro da porta do motorista, então eu pensei “Ah, porque não brincar um pouquinho antes?”, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele foi tirando um revólver debaixo da blusa e disse, “Aí coroa, pode passar a grana e a chave do carro, isso é um assalto!” Quando ele acabou de falar não sabia o que fazer, não sabia se passava o dinheiro e o carro ou se pegava meu revólver no porta-luvas, então decidi pegar o revólver, escolha errada, no que eu fui pegar o revólver, ele abriu a porta do carro e me jogou para fora do mesmo, eu estava jogado no chão, então ele apontou o revólver para mim e disse “Escolha errada coroa”, do mesmo jeito que você matou muita gente, inclusive minha irmã Ângela, tá lembrado dela? Agora é a sua vez seu velho imundo!” Quando ele acabou de falar, fiquei pensando comigo “Como ele sabe que fui eu que matei Ângela?”, bom, mas aquela não era a hora de pensar nisso, quando olhei para o lado para ver se tinha algo que eu pudesse pegar para jogar nele, ele disse, “Olha aqui para mim e veja bem o rosto da pessoa que vai te matar e o último rosto que você verá na vida! Chegou sua hora!” Então ele disparou três tiros contra mim, dois no peito e um na cabeça, eu ainda não havia morrido, e ele percebeu, então entrou no meu carro, ligou-o, e passou duas vezes por cima de mim, acho que ele queria ter certeza de que eu realmente estava morto. Antes que eu pudesse partir, escutei ele dizer: “Foi muito fácil!” E então, eu morri.

Passeio noturno parte TRÊS 
Cristian
                                                        
Cheguei em casa carregando os papéis, naquele dia em questão estava mais estressado que o normal, pois no trabalho houve muitos erros. Meus dois filhos não estavam, era só eu e minha mulher.
           “Como foi o trabalho?” - Ela sutilmente me pergunta, sem tirar os olhos do queijo que estava fatiando.
             “Um pouco pior que a porcaria de todos os dias”.
             Naquele dia, tirei rapidamente o terno e a gravata do serviço e saí, não perguntei se ela queria ir junto, pois sua resposta era sempre a mesma.
             Saí sem pensar em nada, mas dentro do meu carro já me sentia um piloto. Procurei por algumas horas um lugar escuro sem movimento, até chegar.
             Era frio, mas o aquecedor do meu carro era ótimo.
             O lugar era perto da casa da mãe da minha esposa, era mais para o interior da cidade.           
Ninguém passava por ali, cheguei a achar que aquele dia eu iria voltar pra casa mais irritado do que quando cheguei. Até que depois de horas esperando vi o farol de uma moto, era mais arriscado, pois iria amassar o carro e alguém poderia notar.
             Quando a moto se aproximou, dando claramente para identificar o meu rosto e o meu carro, parou, só percebi que era mulher e que encostou a motocicleta num barranco no lado da estrada e vinha correndo em minha direção, não pensei duas vezes liguei o carro, e já com os faróis apagados, acelerei, escutei o corpo sendo esmagado estorando-se todo por uma tonelada que tinha o meu carro.
             Naquela hora a sensação nem se comparava com as das outras vezes o porquê eu não sabia. Mas mesmo assim o estresse todo tinha sumido.
             Chegando em casa, as luzes estavam todas apagadas, achei que ela estava dormindo pois fiquei horas fora e já era muito tarde.
              A porta estava trancada então peguei a chave em baixo do tapete e entrei. Nos quartos não havia ninguém, nesse mesmo instante me dei conta que na garagem faltava a moto da minha esposa. Comecei a lembrar o que fiz. Aquela mulher que pilotava a moto era minha mulher.
               Eu acho que tinha encostado a moto e vinha me dizer algo. Chorando, acendi a luz da cozinha e vi um pedaço de papel em cima da mesa (era um bilhete) que dizia: “Fui à casa da mamãe, volto logo. Beijos”. Naquela hora tive a pior sensação da minha vida, e percebi que matei pessoas que eram amadas e davam amor. Peguei a faca de assar churrasco e a enfiei na minha garganta. Nos meus últimos segundos de vida eu via, naquela possa do meu próprio sangue esparramado no chão a imagem de todas as pessoas que matei, mesmo sem ter visto o rosto de muitas dessas pessoas, estavam ali com cara de ódio, porém agora satisfeitas. Olhando todas aquelas imagens eu sabia que daquele dia em diante eu iria ter horríveis dias na companhia.


Passeio Noturno (parte III) 
Náthali
 Quando acordei, meu coração batia forte. Pensei no que tinha acontecido na noite passada. Levantei, arrumei-me para o trabalho e antes disso, tomei café. Estava delicioso!  Já no caminho do trabalho, de repente, escutei barulho de ossos quebrando, gritos assustadores e roncos extremamente fortes de carro. Como tivera ouvido na noite do assassinato. Eu estava mesmo muito assustado.
Já no trabalho, meu chefe caminhou em minha direção. Ele estava com o rosto pálido, com olhos vermelhos (provavelmente de não conseguir dormir) e postura de quem não estava a fim de nada naquele dia. Senti como se mil borboletas estivessem voando dentro de minha barriga... Sentia que algo de ruim iria acontecer.
Então, meu chefe se aproximou, e sem olhar, perguntei o que havia acontecido com ele, por estar com expressão de tristeza e sofrimento no rosto.  E então ele começou a dizer horrorizadamente, que sua filha tinha sido atropelada violentamente, e sem vestígios de quem tivera sido, nem mesmo testemunhas haviam encontrado.
Falei então, que sentia muito.  Estava empolgado e ao mesmo tempo horrorizado, para ver quem era a filha do meu chefe. Pedi que me mostrasse uma foto dela. Pelo menos, para ter certeza de quem ela era. Mostrou-me então, e eu caí no desespero.
Sem saber o que dizer, saí correndo. Saí correndo porque, eu não queria abrir a minha boca e falar besteira. Mais tinha uma certeza: A moça que matei, era filha do meu chefe!
Ela era linda, olhos verdes, tinha uma pele branca e sedosa como neve e cabelos loiros.
Voltando do trabalho, com um sentimento de culpa, disse a minha mulher que iria tomar um banho bem quente e demorado, e só assim, iria falar com ela. No banho,       fiquei pensando e pensando. E depois de muito tempo, saí.
Minha mulher me perguntou o motivo de tanta demora. Disse-lhe que estava pensando desde a evolução das espécies, até o dia de hoje. Brinquei. Ficamos vendo televisão. Só que não conseguindo me concentrar, desliguei sem dizer uma palavra, mas fiquei imóvel no lugar onde estava.  Então, ela me perguntou por que de ter desligado a televisão, pois ela estava assistindo. Disse a ela, que precisava conversar. E conversar sério! Decidi falar pra ela, porque confiava nela mais do que em qualquer pessoa.
“Pois bem, fale, amor!” – Disse ela.
Contei tudo, o porquê de demorar a voltar do trabalho, o porquê de estar tão cansado e sem vontade de conversar. Ela ficou aterrorizada e com medo de mim. Pedi perdão por mentir e nunca ter contado nada a ela. Ficou uns 30 segundos sem abrir a boca. Olhos vidrados, sentimento de raiva e com fúria soltando pelos ouvidos. Parecia que ela queria jogar qualquer coisa em mim.
Apenas saiu correndo, porta a fora. Não falou nada, e não fez nada.  Chorei desesperadamente, mais não quis ir atrás dela. Ela precisava mesmo de um tempo.
Subi as escadas, entrei no quarto e só consegui ver retratos dela ao meu redor. Fotos de nós dois juntos. Deitei, e até tentei dormir, mas a preocupação com minha esposa era maior.
Eu não queria machucar os sentimentos dela. Eu a amava!  Peguei no sono, e depois de meia hora, mais ou menos, acordei com batidas violentas na porta. Olhei pelo olho mágico: Era a polícia! Senti um calafrio enorme em mim. Abri a porta e disseram:
- Você está preso!
- Preso? O que eu fiz?! – perguntei com voz assustada e quase gaguejando. Mas, medo, eu não sentia.
- Sim, senhor. Preso! Por atropelar uma moça inocente e fugir da cena do crime! – disse ele.
- Eu não sei do que vocês estão falando. E mais ainda, vocês não têm provas! – disse eu com voz desafiadora.
- Podemos entrar? Ou melhor, vamos entrar na marra!
Balancei a cabeça. Então entraram, armados e cheio de equipamentos pelos seus corpos.
Entraram na garagem, e examinaram o carro... Então lembrei que eu tivera esquecido um detalhe. A jaqueta dela estava no meu carro! Quando os policiais entraram dentro do carro, logo acharam uma arma no porta-luvas com digitais minhas, e logo em seguida, a jaqueta da menina que eu tinha matado.
Logo me renderam, e me jogaram no chão. Algemaram-me, e me levavam para delegacia. Lutei contra eles, mais foi em vão. Sedaram-me, e eu logo dormi.       
Quando acordei, estava numa cela apertada, suja e com cheiro de morte.
Estava refletindo e cheguei à conclusão de que eu não estava ali por acaso e que aquela cela estava me esperando desde quando nasci.                                                                  
Apenas fechei os olhos e tudo acabou.
 

Passeio Noturno.  Parte 3
Pedro

            Estava em casa entediado durante as férias, sem muita coisa para fazer, minha filha havia casado e ido morar com seu marido, minha mulher fazendo comida na cozinha. Levantei-me e fui à cozinha, quando cheguei lá minha mulher olhou em meus olhos e perguntou se eu estava com muita fome, eu disse que sim, mas a música alta do quarto do meu filho me irritava cada vez mais, na televisão e no rádio não passava nada de interessante.
            Depois do almoço meu filho me pediu dinheiro, como de costume, para sair com os amigos, isso sempre me irritava, mas não neguei o dinheiro a ele.
            Logo mais a noite como de costume perguntei a minha mulher, “Vamos dar uma volta de carro?” Porque sabia que ela não iria como sempre. Então peguei meu carro e saí, peguei a Avenida Brasil, onde havia um trânsito infernal que se estendia por quilômetros, eu sabia que tinha que procurar uma rua vazia e escura quando avistei uma pessoa entrando em um beco vazio. Aproximei-me com meu carro devagar, cada vez que eu me aproximava meu sangue fervia, quando cheguei mais ou menos perto percebi que era um homem, até fiquei entusiasmado porque queria variar um pouco mais, cheguei mais perto,  apaguei as luzes e acelerei, quando o homem percebeu já era tarde meu pára-choque já estava nele, passei por cima atingindo bem o meio da cintura, o homem voou por cima do carro quando ele caiu dei a ré e esmaguei completamente suas costas, quando eu vi, o homem totalmente destroçado, vi que estava morto realmente, voltei para casa rapidamente.
            Na garagem vi que os pneus estavam cheios de sangue, com isso lavei os pneus e entrei em casa. Quando entrei no quarto, minha mulher me perguntou se eu estava mais calmo, respondi que ia dormir e falei: Boa noite a todos, amanhã saio de férias e vou ter um dia terrível no trabalho.


Passei noturno, Parte 3
Alice

Cheguei em casa mais uma vez carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas, propostas, contratos.
Minha mulher pela primeira vez não estava no quarto tomando seu uísque, muito menos na sala. Comecei a procurá-la, a biblioteca era o único cômodo que não havia visto, fui até lá e a encontrei junto às crianças, me coloquei atrás da porta vendo pela fresta que havia ficado. Nunca pude imaginar, mas o que eu tanto temia veio à tona, em televisões, jornais, revistas e entre outras maneiras de se publicar um acontecimento, estava lá, tudo, todos...
Fui até meu Jaguar preto pra ver se havia alguma marca, alguma mancha que pudesse me comprometer. A revisão foi completa e nada, o alívio tomou conta de mim.
Mais sossegado retornei a biblioteca bati na porta e os convidei para dar uma volta em meu possante, como de costume, já imaginando que ela iria dizer não, mal esperei a resposta e já fui me virando, quando de repente pela minha surpresa ela soltou um pleno e delicado SIM!
E agora o que eu iria fazer?!? Fiquei ali parado virado de costas para ela e meus filhos pensando no que eu iria lhe dizer, pensei, pensei e resolvi levar eles a um restaurante, o mesmo que levei Ângela.
Chegando lá, o tempo todo ficava pensando em como poderia me livrar deles para poder praticar meu esporte favorito, o que mais me desestressava. Comemos, conversamos e eu sempre lá, pensando na hora de levar eles para casa. As horas se passavam, até que decidi convidá-los a ir para casa, minha mulher apenas me disse:
- Já, assim tão rápido, nunca saímos, nunca conversamos, agora já queres ir, estás estressado?
Apenas balancei a cabeça com o movimento de sim, ela na mesma hora se curvou, pegou o dinheiro, levantou e chamou as crianças.
Dentro do carro já indo para casa, passamos por uma rua deserta, para todos os lados que eu olhava via pessoas, AS pessoas. Pareciam que estavam me seguindo, pareciam que estavam pulando dentro do carro, fechei os olhos por alguns instantes e quando abri uma imagem, uma alma veio a minha frente e me choquei com uma árvore.
Acordei no dia seguinte em uma cama de hospital cheio de curativos e pontos, mal me lembrava do que havia acontecido, apenas dei um grito, uma enfermeira veio ao meu encontro, me deitou novamente e me perguntou Senhor, senhor o que houve, por que o senhor gritou?,
Minha família, meus filhos, minha mulher cadê eles, cadê?
Ela, no exato momento, baixou a cabeça e me informou que eu era o único que havia resistido. Eu nunca liguei muito para minha família, nunca dei muita atenção, mas naquele momento me veio à tona tudo o que havia feito, todos os sofrimentos que causei às famílias das pessoas que assassinei, por diversão, se é que podemos denominar diversão, apenas um Hobby, nada além disso, agora todo o sofrimento está voltando para mim.
Imagino-me chegando em casa e não tendo ninguém a minha espera, ninguém fazendo bagunça.
Alguns dias passam e já volto pra casa, as papeladas, relatórios tudo ali, em cima da mesa, jogados.
Não estava mais aguentando aquela vida, toda noite pesadelos horríveis com os assassinatos que causei, todos sem dó nem piedade. Eu já não me importava mais com a minha higiene pessoal, com a minha casa, só conseguia pensar nas pessoas, no sofrimento das famílias delas, e em como eu não dei valor a minha. Como eu pude fazer isso, inúmeras e inúmeras vezes, crânios amassados, braços arrancados, colunas trituradas pelo meu possante, falando nele, nem mais ele eu tinha, apenas restava eu nesta casa, neste mundo, pois eu não tinha mais ninguém, todos que sabiam mais do que meu nome eu matava, eu jogava a metros de distância e não estava nem aí para eles.
A polícia havia pegado meu carro para ver se havia algo de diferente nele, algo que pudesse ter ajudado a causar o acidente, o meu acidente.
Passaram-se duas semanas e nem notícias do meu carro, eu estava seguro, pois não havia rastros de nada do que eu havia feito. De uma hora para outra recebi uma ligação, a ligação de uma pessoa desconhecida dizendo simplesmente “Sua hora está chegando, como você fez questão de adiantar a hora de Ângela e de inúmeras outras pessoas, não se importará se a sua também for adiantada”.TU, TU, TU, TU...Fiquei pálido não sabia o que fazer, ele ou ela, não pude reconhecer a voz, tinha desligado na mesma hora, fiquei sem fala.
Depois desse dia desconfiava de tudo e de todos, até do carteiro. Não saía mais de casa, ficava na frente da televisão o dia inteiro, o pessoal do trabalho me ligando dia e noite e eu sempre com a mesma desculpa, Não posso estou resfriado, a desculpa mais chinfrim que alguém poderia dar a uma pessoa, ainda mais a uma pessoa do trabalho.
Até que um dia recebi novamente uma ligação da mesma pessoa dizendo “É hoje, se prepare” TU, TU, TU, TU... Deixei o telefone cair.
Ao me virar só senti uma facada em meu peito.
Os policiais me encontraram dias depois esfaqueado, o crânio amassado, braço arrancado, a coluna triturada. Tudo o que eu havia feito e um pouco mais..
Mas ainda não acabou, havia um bilhetinho pregado em minha mão, dizendo:
           Aqui se faz, aqui se paga!



Passeio noturno, parte 3 (final)
Maristela

Acordei no outro dia, tomei café fui à biblioteca, um lugar muito tranquilo, voltei para casa, minha esposa estava fazendo o jantar disse que eu estava muito estressado com uma voz estranha. Disse que iria dar uma volta para desestressar, ela disse que era para dar uma volta rápida, pois o jantar estava quase pronto.
Fui, entrei no meu carro sem saber para onde iria, percebi que um carro estava me seguindo por aquelas ruas desertas, parei o carro, baixei o vidro, dei uma olhada e voltei a dirigir e o carro não parava de me seguir, passei pela frente do prédio da Ângela, lembrei daquela sensação boa dos ossos estralando, ah muito bom!
Dei uma volta por lá, vi um homem de bobeira correndo pela calçada como quem  não quisesse nada, acelerei o meu carro fui para cima dele, ele correu desesperado, bati o pára-lamas bem rápido, ouvi aquela sensação muita boa de ossos estralando, ele começou a gritar... De repente ficou um silêncio, com o pneu de trás passando por cima, mas olhei para trás, aquele carro parado, tive a sensação de estar sendo vigiado, olhei de novo vi um rosto pálido, acelerei o carro e fui para a minha casa.
Cheguei em casa, minha mulher estava vendo novela, perguntou se estava mais calmo, disse que iria dormir, acordei no outro dia sem saber o que iria fazer, fui para a sala assistir ao jornal, mas eu estava muito perturbado, estava pensando, imaginei quem seria ou quem era aquele rosto, não sei, parecia que eu conhecia aquela pessoa, minha esposa acordou nem olhou para mim e  saiu sem dizer nada, com as crianças. Fui, troquei de roupa e saí por aí, parei em frente do prédio de Ângela, fiquei parado não sabia o que fazer e o tempo foi passando, fui para a casa, minha esposa estava assistindo TV com as crianças olhou para mim e disse “como foi ontem à noite? “.
Com um olhar estranho respondi: “normal”, disse que iria dar uma volta e fiquei de novo sem saber para onde eu iria, parei o carro e fiquei sem saber o que faria...
De repente parou outro carro na frente do meu, abriu a porta lentamente, botou os pés com salto enorme no chão e saiu lentamente, percebi que a outra porta também se abriu, que susto levei, achei que era minha mulher, mas eram duas pessoas que moravam no condomínio perto dali.
Pensei que era a oportunidade perfeita, liguei o carro acelerei e fui primeiro para cima do homem, pois mulher é muito mais fácil, o homem começou a correr fui bater nele, ele entrou num terreno baldio em que estavam começando a construir um prédio. Pensei que agora ia ser a oportunidade boa, o encurralei, bati com o carro e ele começou com um grito de terror, vi a mulher atrás, dei a ré e bati no muro, ela veio, se abaixou perto da minha porta olhou para mim com um olhar cínico e disse:
- Lembra-se de mim? Puxou-me para fora do carro e me tacou no chão, pisou em cima de mim com aqueles saltos enormes, entrou no meu carro e tentou me atropelar, saí correndo, me encurralou e me atropelou de leve, só machuquei a perna. Ela saiu com o carro. Com a perna machucada me arrastei, pensei que era o fim, ela veio com tudo e me atropelou, vi o olhar dela como se fosse o meu quando fazia isso com as pessoas e de repente acordei no mesmo lugar e com ela do meu lado. Pra minha surpresa era a minha mulher, ela olhou para mim com um olhar cínico e disse: “Sou a mesma cópia de você”, entrou no carro acelerou e vi o carro vindo para a cima de mim, consequentemente, esse foi o Fim.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Passeio Noturno & Rubem Fonseca

Os alunos das 8ªs séries deste ano iniciaram as aulas lendo e conhecendo contos policiais. Como Rubem Fonseca é um dos meus autores preferidos, claro que o levei para sala de aula. Na oportunidade, os contos Passeio Noturno I e Passeio Noturno II foram lidos, daí surgiu a ideia de que os alunos criassem o Passeio Noturno III, em breve postarei as ideias mais criativas. Quem quiser conhecer o autor, acesse o vídeo abaixo: