sábado, 16 de outubro de 2010

Crônica IV

A aluna Andiara, como foi comentado anteriormente, classificou sua crônica na etapa municipal da OLP. Infelizmente a cidade de Brusque não teve nenhum texto selecionado  na etapa estadual. Segue abaixo o texto da aluna.  Mais uma vez  parabéns, afinal, ter passado pela municipal já foi uma grande conquista!

QUANDO O DIA ACABA
Andiara Ingrid Sodré

    Quando o dia acaba, no botequim da esquina, um homem cansado, com o suor pingando pela camisa rasgada, pensando em sua vida.
    Quando o dia acaba, na janela de uma casa, no interior da cidade, uma mulher com os olhos de sofredora, com a aparência muito triste, com as mãos de mulher trabalhadora, pensando na vida.
    Quando o dia acaba, uma menina que chora nos cantos de sua casinha de boneca, porque não tem a presença de seu pai quando o dia acaba.
    Quando o dia acaba, os moradores da cidadezinha do interior se recolhem. As mulheres vão todas à missa. A mulher trabalhadora senta-se no canto da pequena igrejinha com os olhos cheios de lágrimas, fazendo suas preces.
    Quando o dia acaba, todos os homens se reúnem no botequim da esquina para tomar aquele copinho de pinga que tanto gostam. Dizem que é para acalmar!
    Quando o dia acaba, uma menina que chora vai à janela de sua casa ver a noite chegar. Olha, olha novamente, e vê pelo reflexo da água da lagoa um homem com o suor pingando pela camisa rasgada, chegando com uma mulher com mãos de mulher trabalhadora, mas com os olhos brilhando de felicidade como se tivesse encontrado alguém que não via há muito tempo.
    Quando o dia acaba, vai anoitecendo lentamente, tudo se recolhe e simplesmente, o dia acaba.

Um comentário:

  1. Essa menina tem futuro.
    Parabéns pela crônica, quase poesia.
    É por alunos como você que nós professores temos orgulho de nossa profissão.
    Abraço,
    Cris

    http://rovedacris.wordpress.com

    ResponderExcluir