terça-feira, 14 de setembro de 2010

Crônicas I

Seguem abaixo algumas crônicas que não foram classificadas para a Olimpíada de Língua Portuguesa, mas que merecem destaque - 8ª A

As peladas do recreio
Carla Civinski.

           Os recreios daquela escola se tornaram monótonos e sem graça, sem aqueles meninos no meio da quadra fazendo uma confusão atrás de uma bola, e as meninas babando por aqueles bonitinhos lá no meio, ora uma ou outra ficava mais alegre por alguém fazer um gol e dedicar a ela, e as outras morriam de inveja.
            No dia do futebol das meninas era aquela ansiedade, na hora do jogo todos lá, prontos para torcer pela melhor sala.
            E assim passavam as semanas naquela escola, um dia os meninos jogavam, outro dia, as meninas, e todos os recreios eram aquela aflição para saber qual seria a turma vencedora do dia.
            Mas com o passar do tempo, aqueles jogos estavam fazendo com que os alunos se atrasassem para as aulas após o recreio, e os professores não estavam mais apoiando aquela ideia. Então em um dia foi decretado: ESTÁ PROIBIDA A BOLA NOS RECREIOS.
             E agora toda aquela animação se foi, uma vez ou outra aparece uma bola, mas logo chega a diretora ou algum professor e a toma dos alunos.
            E agora os recreios são sem graça, com apenas alguns grupinhos para cada canto, e todos desanimados a espera de que algum dia possamos voltar a jogar e ter aqueles sagrados quinze minutos de volta.


 Na Escola
Ianka Cristini da Silva


     Passarinhos cantando, o sol nascendo e um sono profundo.
    Toca o despertador, o sono acaba e quando olho para o telefone vejo que esta na hora de ir à escola.
Começo me arrumar, tomo café, pego meu material e rumo à escola.
    Chegando à escola vejo varias pessoas e ouço muitas vozes, e ali começa a melhor parte do dia. Várias meninas vêm ao meu encontro: novidades, fofocas, convites e assim por diante. Bate o sinal, sabemos que é hora de ir à fila.
    Na sala, muita conversa, todos se arrumando, pegando seu material, o professor entra. Ninguém para de conversar, muito pelo contrário, conversam mais e mais. Quando uma voz se torna a mais alta de todas, e todos se calam, observam o professor.
    Por um minuto: silêncio, depois, mais piadinhas. E assim a aula vai passando. Vários professores entrando e saindo da sala. Depois das três primeiras aulas vem a melhor: ‘o recreio’.
    Todos correndo, berros em todo lugar e uma fila enorme para poder comer.
    Uns vão para a quadra, jogam bola, brigam, outros ficam, e assim o recreio vai passando. Quando termina, todos voltam à sala, e é como se agente nunca tivesse conversado, entramos na sala falando alto, fazendo piadinhas e assim vai até a última aula, sem esquecer da voz que se torna mais alta do que todas.
    Bate o sinal para ir embora, todos correm. Pequenos e grandes se desesperam para ir pra casa. E é assim que acaba a melhor parte do dia.


A Grande Paixão
Airton Raiser

    Em 1987 em uma fusão entre Paysandu e Carlos Renaux nascia uma paixão na cidade de Brusque. Meu avô viu tudo isso acontecer. Eu não era nem nascido mas todos me contam. Em 1991 nasceu a maior Torcida do Vale do Itajaí, a Torcida Organizada Força Independente e dali pra frente só tivemos alegrias.
    Em 1992 o grande título veio, contra o Avai, com destaque para o ídolo Cláudio Freitas que foi o matador em todos os jogos. Em 1996 eu nasci, era mais um fanático a chegar. Fiquei muito tempo indo com o meu pai para o estádio, mas em 2008 decidi fazer parte da torcida e virei um membro e passei a amar o meu time: o Bruscão. Tive muitas alegrias e tristezas, nesse mesmo ano o Bruscão caiu para a segundona, mas fomos campeões da divisão especial, também da copa Santa Catarina e da recopa brasileira em cima do Atlético de Sorocaba. Em 2009 tivemos a participação no campeonato brasileiro série D, não fomos bem, caímos na primeira fase. Em 2010 tivemos a vinda do craque tetra campeão do mundo Viola. Ele não teve boa atuação, mas foi uma ótima experiência. No segundo turno do catarinense de 2010 o Buscão estava para ser rebaixado, mas então com a chegada do Pantico as coisas mudaram ele roubou a cena, classificamo-nos para as semifinais e ele virou o ídolo Pantigol.
    E, na copa santa Catarina de 2010, fomos campeões.
    Bom, esta é a história do meu time do coração, e é a minha história pois eu amo meu time e minha torcida.


Peladas do morro
Michael Vinicius Guolo da Rosa

    Quando eu era criança era a melhor coisa do mundo. Minha única preocupação era a pelada!
    Nós acordávamos cedo para aproveitar o dia todo, mal tomávamos café para sair rápido de casa.
     Quando via, aquela rua vazia estava cheia de moleques, era a maior felicidade, precisávamos de quatro chinelos para serem as traves, e uma câmara velha para o dia ser perfeito.
    Não precisava ser bom, só precisava saber dar uns passes, uns bicos nas bolas. Só tinha um problema: a velha ranzinza, ela ficava o dia todo na janela esperando a bola cair no terreno dela, quando acontecia ela dava um grito com o infeliz do filho dela e o moleque ia lá, pegava a bola e levava para a velha, ela tinha gosto de picar a bola e jogar os trapos na rua, daí o dia ficava uma chatice, os gritos viravam baixos resmungos, a rua ficava quieta, só se ouvia os latidos dos cachorros!
    Mas era só questão de tempo até fazermos uma vaquinha e ir no Colzani comprar uma bola nova, e começava tudo de novo, até o cair da noite quando os pais chamavam as crianças para dentro, para descansar, para um novo dia de pelada.


O Passarinho
Gustavo Klabunde

    Certo dia eu estava em casa estudando para a prova do dia seguinte, a primeira aula era matemática, na segunda aula tínhamos português, na terceira aula era a tão temida prova de história. A professora entrou na sala, todos ficaram em silêncio, ela sentou, e de repente puxou as provas, todos ficaram de olhos arregalados, e ela entregou as provas e mandou começarem a fazer, quase no meio da aula todos na 2ª questão de um total de 20, e de repente um passarinho veio com tudo e bateu na janela, a professora falou:
    - Quem levantar para ver o passarinho ganha 0.
    Ninguém foi vê-lo, a próxima aula era o recreio, já estava quase no final da aula e ninguém conseguia fazer mais nenhuma questão da prova, todos pensavam no passarinho, faltava 1 minuto para bater, o sinal bateu, era o recreio, todos saíram correndo da sala, chegamos lá no pátio onde o passarinho era para estar caído, e o passarinho não estava mais lá, nós fomos perguntar para o jardineiro se ele tinha visto um passarinho caído no pátio
    - Não, eu não vi – ele respondeu.
    Eu e os alunos ficamos sem saber o que tinha acontecido com o passarinho, mas nós sabíamos que na prova tinha saído uma festa de zeros.


A Rotina
Willyanara de Souza Borba


Lá vem ela toda dia a mesma hora, com a mesma roupa, vai à mesma direção, com o andar apressado segurando um caderno, de cabelos presos e escuros. Para em uma venda mais à frente e fica com os seus amigos e com o celular na mão. Com o olhar alegre e às vezes preocupado, mas sempre com um sorriso no rosto. Bate o sinal e ela vai à escola. Quando entra toma água e vai para a sala. Quando chega arruma sua carteira, senta-se e lentamente abre seu caderno, pega uma caneta e fica contando o que fez fim de semana para sua amiga, rapidamente a professora chama sua atenção, então ela se vira e com um olhar espantado abaixa a cabeça. Bate o sinal novamente, chega outro professor, entra, faz a chamada, ela fica em silêncio, escuta a explicação e faz as atividades. Quando acaba a aula segue em direção a sua casa, para novamente na venda, dá um beijo em seus amigos e vai para a casa com o andar tranquilo, e assim é todo dia.

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